Caí no Golpe do Pix, e agora? Conheças os tipos de fraudes e saiba como escapar delas

Sistemas e aplicativos dos bancos são seguros e contam com o uso de tecnologias avançadas de proteção, como token ou biometria, além do uso de senha pessoal. No entanto, os golpistas não poupam criatividade para acessar informações junto aos próprios clientes e fazer transações financeiras provocando grandes prejuízos às vítimas. 

São muitas as tentativas de fraudes envolvendo transações financeiras em geral. E o Pix não fica de fora, com golpes como o do falso funcionário de banco, da clonagem do WhatsApp e do aplicativo que cria falso recibo de pagamento via Pix. 

A recomendação é sempre suspeitar de emails, mensagens e ligações que chegam para você em nome de instituições financeiras ou se passando por conhecidos pedindo um Pix.

A melhor forma de se proteger de tentativa de golpe é se informar. E desconfiar, sempre. Por isso, preparamos este texto para te ajudar a se livrar de muitas dores de cabeça.

Neste texto você vai saber:

• Quais são os golpes de PIX?
• É possível recuperar o dinheiro?
• Como se prevenir de golpes e fraudes do PIX?

Quais são os golpes de Pix?

O Comitê de Prevenção de Fraudes da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) publicou em seu site os principais golpes de Pix e o que fazer para evitar cair neles: 

1. Golpe do falso funcionário de banco

O fraudador entra em contato com a vítima se passando por um falso funcionário do banco. O criminoso oferece ajuda para que o cliente cadastre a chave Pix ou diz que precisa fazer um teste com o sistema para regularizar o cadastro, o que não é verdade.

Outro golpe é quando a vítima recebe um SMS falso em nome do banco sobre uma “operação suspeita”, solicitando que o cliente entre em contato com uma central de atendimento falsa (falso “0800”), na qual a vítima é levada a digitar seus dados bancários e senha. Com a senha capturada, o golpista realiza o acesso à conta da pessoa e consegue ver informações do extrato bancário. 

A partir daí, começa a dizer as últimas operações da conta da vítima e detalhes precisos do extrato bancário para ganhar sua confiança. Depois, o criminoso fala de supostos depósitos/transações de Pix de alto valor feitos pela conta, citando os nomes dos destinatários, desconhecidos do cliente. 

Com o pretexto de regularizar a conta, o golpista, então, pede para que as operações sejam feitas para os mesmos destinatários, para cancelar ou estornar as operações. Assim, o golpista induz a pessoa a realizar uma transação (TED e Pix) para contas associadas ao criminoso.

Como evitar

Nunca realize ligações para números de telefone (0800) recebidos através de SMS ou outras mensagens. Ligue sempre para o número da central de atendimento do seu banco ou para seu gerente. Você encontra esse número atrás do seu cartão do banco ou pelo aplicativo ou site oficiais dele.

Os bancos ligam para os clientes para confirmar transações suspeitas, mas nunca pedem dados como senhas, token e outras informações pessoais nestas ligações. 

Os bancos também nunca ligam e pedem para clientes que façam transferências ou Pix ou qualquer tipo de pagamento.

2. Golpe do falso recibo

Através de um aplicativo criminoso, bandidos forjam recibos do Pix com dados como conta bancária, destinatário e chave do sistema de pagamento que aparentam ser legítimos. Mas quando o recebedor do recurso vai checar sua conta, descobre que o dinheiro nunca foi transferido e que foi vítima de um golpe.

Como evitar

Em uma transação comercial com o uso do Pix, o recebedor sempre deve checar se o dinheiro realmente caiu em sua conta bancária para posteriormente entregar o produto da venda. Não confie apenas no recibo.

3. Golpe da clonagem do Whatsapp

O criminoso envia mensagem pelo app fingindo ser da empresa em que a vítima tem cadastro. Eles solicitam o código de segurança, que já foi enviado pelo app por SMS, afirmando se tratar de uma atualização, manutenção ou confirmação de cadastro. Com isso, conseguem clonar a conta de WhatsApp em outro celular e enviar mensagens para os contatos da pessoa, fazendo-se passar por ela, pedindo dinheiro emprestado via Pix.

Como evitar

Uma medida simples para evitar clonagem é habilitar a opção “Verificação em duas etapas” do Whatsapp.

4. Golpe de engenharia social com Whatsapp

O criminoso escolhe uma vítima, pega sua foto em redes sociais, e, de alguma forma, consegue descobrir números de celulares de contatos da pessoa. Com um novo número de celular, manda mensagem para amigos e familiares da vítima, alegando que teve de trocar de número devido a algum problema. A partir daí, pede uma transferência via Pix, dizendo estar em alguma situação de emergência.

Como evitar

Ao receber uma mensagem de algum contato com um número novo, é preciso checar se a pessoa realmente mudou seu número de telefone. Não faça o Pix ou qualquer tipo de transferência até ter certeza de que seu amigo ou familiar realmente trocou de número de telefone.

5. Golpe do falso leilão

Golpistas criam sites falsos de leilão, anunciando todo tipo de produto por preços bem abaixo do mercado. Depois pedem transferências, depósitos e até dinheiro via Pix para assegurar a compra. Geralmente apelam para a urgência em fechar o negócio, dizendo que você pode perder os descontos, mas no fim, eles nunca entregam as mercadorias.

Como evitar

Sempre pesquise sobre a empresa de leilões em sites de reclamação e confira o CNPJ do leiloeiro. Nunca faça transações em sites que não tenham o cadeado de segurança no navegador nem transferências para contas de pessoas físicas.

6. Golpe do acesso remoto ou Golpe da mão fantasma

O fraudador pode entrar em contato com a vítima se passando por um falso funcionário do banco. Este usa várias abordagens para enganar a pessoa e diz que vai enviar um link para a instalação de um aplicativo que irá solucionar um suposto problema. Ou ainda manda SMS, emails falsos ou links em aplicativos de mensagens, que induzem o usuário a clicar e instalar um malware (um software maligno, que faz mal a quem instala) que dará acesso a todos os dados que estão no celular.

Como evitar

O banco nunca liga para o cliente nem manda mensagens ou emails pedindo para que ele instale algum tipo de aplicativo em seu celular para supostamente regularizar um problema na conta.

É possível recuperar o dinheiro?

O Banco Central editou uma resolução em novembro de 2021 que permite que o dinheiro do Pix seja bloqueado por até 72 horas no caso de suspeita de fraude. Para isso, você precisa fazer duas coisas assim que perceber que caiu em um golpe com a transferência:

• Avisar ao seu banco que caiu em um golpe. Alguns até já possuem canais exclusivos para esse tipo de atendimento.
• Fazer um boletim de ocorrência. Vá a uma delegacia ou procure no site da Polícia Civil do seu Estado se é possível fazer de forma online. Você vai precisar informar os dados do comprovante da transação: ID da transação, valor, data/hora da liquidação, descrição (caso preenchida), nome do banco do recebedor, nome do recebedor, CPF ou CNPJ.

A partir daí, seu banco irá analisar a solicitação juntamente com o banco que recebeu o dinheiro. Se eles identificarem uma fraude, os valores serão estornados em até 7 dias. Caso os bancos entendam que não há indício de fraude, os valores transferidos serão liberados na conta de quem irá receber. 

Você tem até 80 dias (lembrando que o bloqueio do dinheiro é por somente até 72 horas após a transação) da data que fez o Pix para fazer essa notificação. Se a situação não for resolvida, procure o Procon do seu estado ou o Poder Judiciário. Você também pode registrar uma reclamação no BC contra a instituição em que você ou o golpista têm conta.

Como se prevenir de golpes e fraudes do Pix?

Você já aprendeu como agir para evitar cada um dos golpes e fraudes do Pix. Mas o Comitê de Prevenção de Fraudes da Febraban lista outros cuidados importantes para manter a segurança:

• Tenha cuidado com a exposição de dados em redes sociais, como, por exemplo, em sorteios e promoções que pedem o número de telefone do usuário.
• Não anote suas senhas de acesso ao banco em blocos de notas, emails, mensagens de Whatsapp ou em outros locais do celular.
• Não use a mesma senha de acesso do banco em outros aplicativos, sites de compras ou serviços na internet. Esses apps muitas vezes não contam com sistemas de segurança robustos e a proteção adequada das informações dos usuários.
• Suspeite quando receber uma mensagem de algum contato dizendo estar em alguma situação de emergência.

Agora que você já sabe se proteger dos golpes do Pix, saiba como fazer transferência pelo Pix.