Juros simples: o que é e como calcular

A especialista em comportamento financeiro Nathalia Arcuri, criadora do Me Poupe, maior canal de finanças do Brasil, resume bem: "Juros são terríveis para quem pega emprestado e incríveis para quem empresta".

Independentemente de que lado você está nessa operação, é importante saber o que é e como calcular. Neste texto você vai aprender sobre juros simples.

O que é juros simples?

Juros é um conceito básico no mundo das finanças. Ele é, ao mesmo tempo, o rendimento da sua aplicação financeira e, por outro lado, aquele valor a mais que você paga quando atrasa um pagamento ou paga um empréstimo. Ou seja, ele não é bom nem ruim por si só, depende é se você vai ganhar ou pagar os juros.

O juros simples é uma taxa previamente definida e incide somente sobre o capital inicial, que é o valor emprestado/investido. Não há cobrança de juros acumulados no período anterior.

Por exemplo, se você emprestar R$ 1.000 com uma taxa de 2% ao mês no juro simples, os 2% sempre serão calculados em cima dos R$ 1.000 ao longo de todo o período.

Embora ainda esteja presente em alguns financiamentos, pagamento de impostos e aplicações bancárias, não é mais tão utilizado pelo sistema financeiro, dando lugar a outros dois tipos de taxas de juros:

• Juros compostos: para cada período do contrato (diário, mensal, anual etc), a cobrança da taxa de juros é calculada em cima da soma do capital emprestado somado ao juro cobrado no período anterior. Por isso, é também conhecido como juros sobre juros. Neste caso, se você pegar R$ 1.000 emprestado com taxa de 2% ao mês no juro composto, a taxa mensal será de 2% de R$ 1.000 no primeiro mês, mas no segundo mês ela será calculada em cima de R$ 1.020, no terceiro mês em cima de R$ 1.040 e assim por diante.
• Juros reais: Obtido pelo desconto da taxa de inflação de juros nominal de determinada transação.

Como calcular os juros simples?

Os juros simples são calculados a partir da seguinte fórmula: J = C x i x t, onde:

J = Juros simples

C = Capital inicial

i = Taxa de juros (antes de fazer a conta, você deve transformar o percentual em número decimal, bastando para isso, dividir o número por 100; por exemplo: 8% = 0,08)

t = Tempo da aplicação

M = Montante 

Para saber qual o valor final a ser pago ou recebido (montante), basta depois somar os juros simples calculados ao capital inicial. A fórmula é: M = C + J

Veja esse exemplo:

Se os juros cobrados por um empréstimo de R$1.000 durante um ano for R$ 80, significa que quem pegou o dinheiro emprestado pagou uma taxa de juros de 8% a.a. (ao ano). 

J = R$ 1000 (capital inicial) x 0,08 (taxa de juros transformada em número decimal) x 1 (tempo da aplicação) = R$ 80. Logo, os juros cobrados serão de R$ 80 por período e ao fim do primeiro ano será cobrado R$ 1.000 + R$ 80 = R$ 1.080.

Se no exemplo acima o empréstimo durar dois anos, com taxa de juros simples, o total de juros será R$ 80 no primeiro ano e R$ 80 no segundo ano e ao final do contrato o tomador vai pagar R$ 1.000 + R$ 80 + R$ 80, ou seja, R$ 1.160. Se forem três anos, basta somar mais R$ 80 e assim por diante. Ou seja, quando a taxa é de juros simples, você calcula o valor dos juros no primeiro ano e multiplica por quantos anos durar o empréstimo.

Agora que você já sabe o que é e como calcular juros simples, que tal entender tudo sobre empréstimo pessoal?